terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Pizzas e acessórios



As pizzas e os acessórios têm tudo a ver. 

Falando assim, parece a comparação mais absurda do mundo. Mas faz muito sentido. Como a vida imita a arte e toda boa comida é uma forma de manifestação de arte, podemos concluir que comida, pizza, arte, acessórios têm tudo a ver. Entenderam? Acho que nem eu. Melhor passarmos aos casos concretos: 

Caso 1 

Imagine que pedíssemos uma pizza de muzzarela. Massa de pizza, molho de tomate e queijo. Certo? Incompleto. Se pedíssemos uma pizza desse sabor e quando abríssemos a caixa não víssemos as “pintinhas” do orégano acharíamos algo estranho, a falta de alguma coisa... Seria uma pizza? Sim. Mas sem graça, sem sex appeal. 

Caso 2 

Estamos em uma pizzaria e pedimos uma pizza de margherita. Quando chega à nossa mesa está sem rodelas de tomate e com orégano no lugar do manjericão. Ou seja, não é uma margherita, mas uma muzzarela. Chamamos o garçom e reclamamos. Ele argumenta que a pizza de margherita tem como base o queijo, tomate e um “verdinho”. O tomate está presente no molho e o tempero, no orégano. Faz sentido? Claro que não! Sabemos que as rodelas de tomate e o manjericão são o toque que dão o sabor, que definem. Não basta ter tomate em alguma forma ou um “verdinho” qualquer. 

Caso 3 

Resolvemos fazer uma pizza caseira. Massa, molho de tomate e queijo. Se colocarmos rodelas de calabreza = pizza de calabreza. 

Com presunto, ovo, tomate, cebola = pizza portuguesa. 
Com atum = pizza de atum 
Com banana e canela = pizza doce. 

Caso 4 

Ainda estamos preparando nossa pizza caseira. Só que nesta, ao invés de colocarmos os ingredientes assim, separadinhos, resolvemos misturá-los em uma só. O que teremos? Pizza de sobras! Se experimentarmos, poderemos até gostar, mas só de olhar não conseguiremos saber que gosto terá. E mais, se tiver alguma outra ao lado, bem “montadinha”, deixaremos a de sobras de lado. 

Agora ficou claro! 

No caso 1 mostramos o quanto um ponto focal, um elemento que chame a atenção, dá vida ao nosso look. É o tempero... Calça jeans + camisa branca = insosso. Calça jeans + camisa branca + colar de pedras coloridos = “salgadinho”. 

No caso 2 fica claro que em uma produção: “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Molho de tomate não é igual a rodelas de tomate. E orégano é sim um tempero, mas diferente de manjericão. Um sapato preto, vale para todas as ocasiões? Já sabem a resposta, certo? 

No caso 3 evidenciamos que podemos colocar a mesma base em pessoas de estilo diferentes, mas cada estilo tem uma linguagem. Os acessórios são esta linguagem, definem se aquele look pertence ao estilo “a” ou “b”. Se você que transmitir uma mensagem refinada, colocar um colar de sementes não vai funcionar. Na pizza de calabreza, não se coloca presunto. 

E, finalmente, no caso 4 temos a famosa mistura de acessórios: tudo ao mesmo tempo agora! Misturamos tudo, nos sobrecarregamos de informação e não dizemos nada. Ficamos vestidas com um monte de... sobras . O aspecto final é feio, bagunçado, cheio demais. E se tiver uma mais bem “montadinha” ao nosso lado, poderemos ficar - literalmente - sobrando.

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